terça-feira, 20 de dezembro de 2011

o caralho é que a tdt é grátis


comecemos por supor que eu até estava a pensar comprar uma televisão nova (suposição verdadeira), que a minha até já nem liga (suposição verdadeira), logo agora que a casa dos segredos está quase no fim e eu quero ver se a cátia e o marco se enrolam ou não (cheira-me que sim), e que, já agora, ia comprar uma televisão preparada com receptor de televisão digital terrestre - tdt, para não ter de mais tarde comprar um adaptador (suposição verdadeira).
suponhamos ainda que eu estou em leiria (suposição verdadeira).
nesta situação a tdt seria grátis.
suponhamos, agora, que eu estou em palaçoulo (suposição verdadeira, que devia ser verdadeira mais vezes).
nesta situação a tdt iria custar-me 138 euros.
como palaçoulo não tem cobertura digital (nem está previsto que vá ter, segundo me informou a senhora que me atendeu na assistência e levou, coitada, com as minhas queixas), de nada servem as televisões com receptores e é necessário um kit TDT Complementar via satélite (DTH) que custa 77 euros (mais 96 para cada televisão extra). mas este kit não vem completo, porque falta a necessária antena parabólica que vem com o técnico de instalação do kit por mais 61 euros. (aparentemente estes 61 euros podem ser poupados, se tiveres já uma parabólica, os cabos e conseguires pôr aquilo a funcionar...).

este é só mais um recente exemplo da discriminação "positiva" que tantas vezes é defendida em comícios nas cidades do interior.

[esta situação faz-me lembra uma muito engraçada que acontece com o gás: o gás natural é taxado com iva de 6%. os coitados que não têm acesso ao gás natural (interior, sobretudo) para além de terem de carregar as botijas (que não são nada leves) para casa têm de pagar 23% de iva. ao que parece esta desigualdade está para terminar. como? taxando este bem de primeira necessidade ao valor mais alto para toda a gente, pois claro...]


mas vejamos o lado positivo da coisa: podemos entrar no guiness, naqueles recordes à portuguesa, como a região no mundo com maior percentagem de casas com antenas parabólicas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

palaçoulo lança candidatura a patrimómio imaterial da humanidade: a dança do i-ó-é

depois do fado, portugal prepara-se para ter outra das suas mais importantes manifestações culturais reconhecida como património imaterial da humanidade.
fontes bem informadas (sediadas na rua das latas) garantem-me que em palaçoulo já se trabalha junto das instâncias da UNESCO para lançar a candidatura da dança do i-ó-é a tão importante distinção.

a dança do i-ó-é é uma dança individual de movimentos delicados, plena de sensualidade e que deve (se possível) ser acompanhada de uma cerveja e um cigarro. para além da rara beleza, os pontos fortes da candidatura apontam alguns aspectos muito particulares desta dança:

- a capacidade de estupefacção: ninguém que assista à dança do i-ó-é fica indiferente, e quem assiste pela primeira vez pode mesmo ficar em estado de choque;

- a adaptabilidade: pode ser dançada ao som de qualquer género musical (eventualmente até sem música), com ligeiras alterações coreográficas mas mantendo sempre a sua marca fundamental, a sedução;

- a dimensão multi-cultural: o i-ó-é é uma dança com origem em palaçoulo mas que tem grandes influências africanas, francesas e alemãs que resultaram da passagem do seu mestre por esses territórios;

- a exclusividade: apenas uma pessoa no mundo a consegue executar na perfeição, Eliseu Fernandes;

- a classe do artista.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

a propósito do post anterior

há uns tempos atrás, numa tentativa arrojada de cortar presunto a quatro mãos, eu (que também tenho a mania que sou um dos melhores cortadores de presunto de palaçoulo) ia cortando um dedo ao melhor cortador de presunto de palaçoulo. ainda houve sangue...

ao cuidado do orlando teixeira, melhor cortador de presunto de palaçoulo

da próxima vez, quero o presunto servido assim, se faz favor:

a propósito da notícia:
Cortar presunto é uma arte, e Zacarias é mestre: Zacarías Píriz Estévez é Mestre Cortador de Presunto, Faca de Ouro, e presidente da associação dos cortadores de presunto de Espanha - e na sexta-feira passada fez uma demonstração da sua arte na Fortaleza do Guincho, onde o chef Vincent Farges recebeu a 2ª edição da Rota das Estrelas.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

caleija das nilgas ultrapassa os dez mil...


raios... o blog atingiu esta semana as 10 mil visitas, nem me apercebi, e por isso passou ao lado a grande festa comemorativa que estava preparada para o efeito. paciência, vou ter que beber esta cerveja toda, e agora vamos ter que esperar pelas 100 mil visitas...

palaçoulo, scut's e discriminação positiva

serve este post para informar os meus carros conterrâneos de uma situação que eu não sabia, e por ter achado tão surpreendente, suponho que outros também possam não saber, mas que pode ser útil:

depois de um enchente de multas por não pagamento das scuts nos correios, lá me resolvi meter a via verde. como de palaçoulo a qualquer scut vão uma carrada de quilómetros, nem me ocorreu falar das questões de discriminação positiva para moradores de concelhos que fiquem a menos de 10 ou 20 Km das ex - auto-estradas sem custos para o utilizador.
mas o certo é que a menina da via-verde insistiu (ainda bem) em experimentar com o código postal e sim: temos direito a discriminação positiva na A24 (vila real - viseu), o que permite passar lá 10 vezes por mês sem pagar, o que é muito bom para empresas e habitantes locais. a questão dos 10 ou 20 km que está na lei não é bem assim, não sei bem como fazem esse cálculo (acho que deve ser do tipo: basta que um concelho do distrito fique a menos de 20 km e já funciona), mas já sabem: se forem fazer via verde (ou se já tiverem) têm direito a discriminação positiva na A24.

provavelmente já sabiam disto, mas para mim foi novidade.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

palaçoulo, a terra do pecado?

que palaçoulo é uma terra sexy, sente-se mesmo ao passar de carro com uma nesga do vidro aberto;

que a noite de palaçoulo é a loucura, sabem todos os que se deitam tarde, acordam cedo ou têm sono leve;

que as mulheres de palaçoulo são lindas, ninguém de bom gosto duvida.

no entanto, serão razões suficientes para num curto espaço de tempo dois jovens sacerdotes da paróquia trocarem o amor a deus por amores mais terrenos?
hummm, cá para mim deve ser da água...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

festas 2011

este ano, em vez de uma reportagem sobre as festas de palaçoulo, segue uma sondagem:

qual foi o melhor dia das festas 2011?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

este mapa legendado diz muito sobre esta aldeia


segundo os resultados dos censos 2011, palaçoulo foi a freguesia do concelho com maior crescimento de população (entre 10 e 20%) entre 2001 e 2011. num concelho a perder residentes, onde apenas a capital também está em crescimento (embora menor), isto deve querer dizer alguma coisa. coisa boa.

domingo, 26 de junho de 2011

é por coisas como estas que o chefe é chefe

pormenor do perfil do chefe no facebook


mais se informa, aos interessados e interessadas, que se encontra numa relação aberta...

terça-feira, 14 de junho de 2011

o melhor poeta nascido em portugal já está traduzido na melhor língua falada em portugal

"Mensagem", de Fernando Pessoa, traduzida para língua mirandesa

a tradução é de amadeu ferreira, que tem feito um notável trabalho de tradução de poetas portugueses (e estrangeiros) para mirandês, no seu blog cumo quien bai de camino

o seguinte poema (da mensagem, de pessoa) foi retirado de lá.


Oulices

L mito ye l nada que ye todo.
L mesmo sol que abre ls cielos
Ye un mito relhuziente i mudo –
L cuorpo muorto de Dius,
Bibo i znudo.

Este, que eiqui agarrou puorto,
Fui por nun star eisistindo.
Sien eisistir mos bundou.
Por nun haber benido fui benido
I mos criou.

Assi la lhienda se scuorre
A antrar na rialidade,
I a ampenhá-la passa.
Ambaixo, la bida, metade
De nada, se muorre.

Ulisses

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo –
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

da injustiça do sistema eleitoral

"um voto é um voto", "todos os votos valem o mesmo" e outras que tais são frases mais ou menos recorrentes principalmente nesta época de eleições. acontece que, nas legislativa, são falsas. o voto de um eleitor de palaçoulo (círculo de bragança) não é igual ao voto de um eleitor de lisboa, ou porto, por exemplo. para alguém que queira votar noutro partido que não o ps ou psd, o seu voto não vale nada. isto graças ao sistema de círculos distritais de eleição dos deputados. bragança elege 3 deputados. é praticamente garantido que este ano são 2 para o psd e 1 para o ps. para que um único partido ganhe todos os 3 deputados, segundo o método de D'Hondt, seria necessário que esse tivesse mais do que o triplo dos votos do 2º partido mais votado, o que me parece pouco provável. para que um outro partido que não ps ou psd possa ganhar um deputado seria necessário ele ter mais de metade dos votos do partido mais votado, o que também não parece nada possível. por isso, é praticamente directo que o ps e o psd ganham cada um um deputado e apenas se disputa o 3º, que vai para o partido mais votado. este ano, e em bragança, parece-me claro que será o psd.
como acabar com esta injustiça é muito simples: basta que passe a existir um único círculo nacional que eleja deputados nacionais em vez de eleger deputados regionais (que na verdade são deputados nacionais) como acontece, por exemplo, nas eleições para o parlamento europeu. nesse caso sim, todos os votos valem o mesmo e um eleitor de palaçoulo tem o mesmo poder de decisão do que um eleitor lisboeta.

para além de que o actual sistema permite situações em que o partido mais votado não ganhe as eleições (tendo menor número de deputados do que o segundo). talvez que quando isto acontecer (é certo que é pouco provável, mas pode acontecer) se repensem os métodos a usar...

terça-feira, 31 de maio de 2011

jorupife: um blog sobre imagens do planalto

é urgente visitar um novo blog de fotografias de palaçoulo e do planalto.
as fotos são muito boas e o autor é um bom rapaz e um bom amigo.

espreitem aqui o que ele anda a espreitar.

(o link http://jorupife.blogspot.com/ passa a estar disponível na barra lateral deste blog)

festa de maio

a festa de maio é, neste momento, a festa de palaçoulo que mais se aproxima do que eram as festas há uns anos: um dia, domingo, com a sequência peditório - almoço - missa - baile - jantar - baile - trabalhar no dia seguinte.
com a festa de 2 de setembro transformada em festival de vários dias e a festa de santa bárbara a apostar no festival de folclore, a festa de maio mantém-se fiel à estrutura clássica. é bom que as outras continuem a direcção que estão a seguir e é bom que esta se mantenha como está. se possível com uma pequena alteração em sentido - lá está - do passado: mais tempo de festa à tarde.

terça-feira, 26 de abril de 2011

hoje foi dia de palaçoulo na antena 1

A Antena1 começou esta manhã uma ronda por várias aldeias do país que são exemplos de desenvolvimento.

Na aldeia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, o jornalista José Guerreiro moderou um debate sobre a crise e o presente e o futuro da localidade com quatro convidados: Manuel Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de Palaçoulo; Domingos Martins, representante da associação cultural Caramonico; Hélio Martins, representante da Tanoaria J.M. Gonçalves; e Silvestre Marques, da cutelaria Martins.
Antena 1 - Debate sobre a aldeia de Palaçoulo, em Miranda do Douro

O repórter José Guerreiro entrevistou o cuteleiro José Afonso Martins e o tanoeiro Manuel Gonçalves. As suas empresas são dois dos motores da aldeia transmontana onde não há desemprego.
Antena 1 - Entrevista a José Afonso Martins e Manuel Gonçalves