sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

palaçoulo: uma excessiva mediatização?

num comentário a um post anterior, um leitor levanta uma questão interessante relacionada com os benefícios ou problemas que esta recente e crescente mediatização da terra pode trazer à aldeia.

primeiro: se me perguntarem se esta mediatização tem sido excessiva, diria que sim. porque quando as notícias são essencialmente as mesmas, apenas com ligeiras variações de intervenientes deixam de ser notícias no real sentido da palavra e passam a ser reportagens, que se forem pouco mais do que repetições acabam por perder interesse. no entanto, percebo bem este 'excesso' que, quanto a mim, tem a ver com dois pontos principais: um interno outro externo. primeiro o externo, que é mais ligeiro: em tempos de crise, a comunicação social gosta de apresentar, para variar um pouco, bons exemplos, casos de sucesso, sítios onde as coisas ainda correm bem, aldeias industrializadas e sem desemprego, etc. a razão interna é mais polémica: talvez uma das razões para o desenvolvimento das indústrias principais de palaçoulo tenha a ver com a competição entre empresas, sempre (pelo menos desde que eu me lembro) houve mais do que uma indústria a produzir o mesmo tipo de produto. essa competição também se nota quando toca a aparecer na televisão. se uma empresa aparece numa reportagem logo surgirá uma outra reportagem de outro qualquer meio de comunicação social que fala sobre a outra empresa, e por aí fora.

segundo: se me perguntarem se esta mediatização tem trazido benefícios à terra, diria que sim, mas não muito. sim, porque, pelo menos para as empresas é publicidade, boa publicidade, e se é bom para as empresas da terra é bom para a terra no seu todo. não muito, porque me parece que não têm sido exploradas muitas oportunidades, nomeadamente a nível turístico: por exemplo, quando se fala nos restaurantes da terra refere-se sobretudo o facto de (por haver muitos funcionários nas empresas locais) terem muitos clientes nas diárias e venderem almoços para fora, e não se fala na excelente gastronomia local (posta à mirandesa, entre outros). parece-me que se podia aproveitar mais o espaço mediático que a indústria abre para potenciar outros factores da terra como a (já referida) gastronomia , a cultura (caramonico, pauliteiros), os recursos naturais ou a caça. aparentemente também não tem servido para puxar investimento local: por exemplo, fazia sentido a IC5 ter uma saída para a aldeia mais industrializada do distrito, e fazia sentido isso ser dito e reivindicado nessas reportagens.

terceiro: se me perguntarem se esta mediatização tem trazido problemas à terra, diria que não. é certo que já ouvi (sobretudo de pessoas mais idosas) coisas do género 'isto de estar sempre a passar na televisão a dizer que aqui se vive bem ainda vai trazer para cá ladrões', mas situações desse tipo não me parecem prováveis até porque esse tipo de assaltantes de aldeias preferem aldeias isoladas, o que não é o caso (e isso mesmo é confirmado pelas mesmas notícias). também não acho que, como diz o comentador, as pessoas da terra possam estar a cair no "engodo" da comunicação social com coisas do tipo "os governantes de portugal deveriam vir a palaçoulo aprender". as pessoas de palaçoulo são inteligentes e percebem que isso são soundbytes que a comunicação social adora. a televisão não vai convencer ninguém com baixa qualidade de vida que tem uma boa vida só por viver em palaçoulo, quando ela sabe que não é assim. e ninguém conhece as pessoas de palaçoulo melhor do que as próprias pessoas de palaçoulo. mas uma coisa é certa, ninguém duvide que num sábado à noite, a altas horas da madrugada, num qualquer café de palaçoulo, se encontravam quatro ou cinco gajos com melhores ideias para este país do que o passos coelho e seus amigos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

venham mais cinco!

a caleija das nilgas faz hoje cinco anos cinco. e, como dizia o outro, venham mais cinco!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

o que é que francis ford coppola tem em comum comigo?

ambos somos consumidores de produtos made in palaçoulo.

já se sabia que o realizador de apocalypse now e de o padrinho era senhor de bom gosto. esta notícia é só uma confirmação:
a notícia, publicada na revista fugas (do público), já é do sábado passado, mas só ontem (e por acaso) lhe pus a vista em cima.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

já três ou quatro meses que não havia uma reportagem deste tipo, já tardava:

desta vez, na rádio renascença.

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A aldeia sem desemprego
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